Aprendizados à moda goiana

Por Lorena Monturil

O sonho dourado do patriarca da família Kennedy, Joseph, sempre foi alçar seus filhos ao cargo de presidente dos Estados Unidos. Homem que fez fortuna burlando a Lei Seca ao trazer uísque da Irlanda, terra natal dos seus pais, como se fossem medicamentos, ele estabeleceu uma grande rede de influência. Por conta disso começou o plano de dominação da América com a eleição de John, que tinha reeleição garantida mas acabou falecendo pelas mãos de Lee Harvey Oswald, ou seriam os então soviéticos, Fidel, CIA, FBI, a Máfia, não importa… O fato é que a estratégia montada para três de seus filhos seria John ficar de 60 até 68, Bobby entre 68 e 76 e, finalmente, o caçula Teddy, de 76 até 84. Nada menos que 24 anos no topo, isso sim que é projeto de poder!

Dei esta volta pela política americana para aterrissar em Goiás, onde vemos algo que nem o velho e poderoso Joseph conseguiu realizar. Em meados dos anos 80, o jovem Marconi Perillo começou sua trajetória no PMDB e logo depois se tornou assessor especial do então Governador Henrique Santillo. O sucesso eleitoral foi fulminante: Deputado Estadual, Federal, Governador e Senador. Em todas as ocasiões era o embate do velho contra o novo. Se contarmos seus quatro mandatos de governador, entremeado pela eleição do afilhado e vice Alcides Rodrigues, chegamos ao número de 20 anos no poder, com pretensões do número mágico já citado de 24 anos, pois o atual vice, José Eliton, é candidato. É salutar para o Estado de Goiás ou qualquer outro tanto tempo no comando?

Em relação a Anápolis, generosa nas votações de Marconi, a resposta invariavelmente é sempre a mesma: estamos finalizando o aeroporto de cargas, a plataforma multimodal, o centro de convenções, o anel viário, novas empresas estão vindo para o Daia, mas a realidade não coaduna com o discurso. O ano de 2018 está chegando e com ele cabe reflexão profunda sobre os destinos que queremos, se a perpetuação de nomes ou o devido arejamento que se faz necessário? A resposta fica para quem tem de decidir, o senhor eleitor, que tem esse nome pomposo em anos eleitorais, mas que depois é esquecido nos 4 anos seguidos, como é recorrente em nosso estado. Anápolis que sempre foi a menina dos olhos de Marconi Perillo, pois é aqui que sempre foi decidido suas vitórias, sabe muito bem o que é a realidade pós campanha.

O fato é que se o Dr. Henrique Santillo nunca foi Joseph Kennedy, muito menos urdiu tamanho projeto de poder, mas que o Governador Marconi quer superar o que não conseguiram John, Bobby e Teddy ao mesmo tempo não tenho mais dúvidas afinal, o Tio Sam tem muito que aprender o com “Nérso” da Capitinga!

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