Preocupado com nova denúncia, Michel Temer envia emissário para medir ânimo do STF

A sucessão presidencial, as eleições no Estados, as coligações do MDB com os demais partidos de olho no fortalecimento das candidaturas. Tudo isto ficou em segundo plano para o presidente Michel Temer (MDB) cuja principal meta agora é tentar se livrar do que pode ser a terceira e mais incisiva denúncia contra ele.

Temer mantém uma agenda presente em sintonia com membros da Procuradoria Geral da República e, na última semana, enviou um emissário para dialogar com alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal. A intenção é medir como anda o ânimo dos ministros sobre como se comportariam com uma hipotética terceira denúncia contra ele.

A preocupação extra de Temer é que existe um cenário bastante específico neste momento que tornaria praticamente impossível a contenção da abertura de uma investigação – que significaria o afastamento do presidente do cargo.

A análise é que a greve dos caminhoneiros, a política de preços da Petrobras, o anúncio da impopularidade recorde do presidente (considerado o pior da história com 82% de reprovação) e a proximidade das eleições criam um ambiente propício para que os deputados votem pelo afastamento do presidente.

Para prosseguir, a denúncia passa por uma votação na Câmara Federal, o que já aconteceu em outras duas oportunidades com vitória de Temer que conseguiu engavetar as investigações. Agora, no entanto, com a pressão popular pela proximidade das eleições em que vários parlamentares são candidatos, os deputados ficariam à vontade para votar contra Temer e pelo seu afastamento.

De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o argumento usado por Michel Temer é que o encurtamento de seu mandato por um possível afastamento poderia causar um clima de instabilidade política e ameaçariam as eleições deste ano.

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