Seria um princípio de rebelião política na base política do prefeito Roberto Naves? Ou uma reavaliação do custo cada vez mais alto que é fazer parte da base do prefeito e, ainda que tendo vantagens, aguentar alguns desgastes?
Seria uma ação coordenada de insubordinação para, quem sabe, valorizar ainda mais o passe político de cada?
Bem, possivelmente não é nada disto, mas o fato já consumado é que esta foi uma semana atípica no Legislativo municipal quando três vereadores da base do prefeito Roberto Naves subiram ao plenário do grande expediente das sessões plenárias para tecer críticas e fazer cobranças duras e explícitas sobre questões que certamente eles eram os últimos a se manifestar. Isto porque os temas já estão – e ainda estão – na boca das pessoas em diversos setores atingidos pela ausência da atuação municipal.
Dos três parlamentares, dois deles integram um chamado “núcleo duro” do Executivo municipal o que tornou o ato ainda mais simbólico.
O primeiro a abrir o rol das reclamações foi Jean Carlos. Além de integrante da base do prefeito e ser do mesmo partido, Jean é o líder do PTB na Câmara. Mas isto não foi o bastante para que ele aguentasse a barra diante das cobranças que – ele revelou – vem recebendo por parte da população. A bronca é por conta das cobranças do Executivo na limpeza dos terrenos particulares com a devida emissão de um boleto salgado de cobrança pelo serviço. Até o momento foram mais de 11 mil “presenteados” e mais 4,5 mil de 2016 estão no alvo da gestão Naves. Saiba mais sobre a confusão que a fala de Jean Carlos gerou clicando aqui.
No dia seguinte, outra surpresa: o vereador Domingos Paula (PV), que representa a região do Bairro de Lourdes, chamou o prefeito às falas. Isto porque Domingos, ao que parece, descobriu algo que só faltava ele tomar conhecimento: o feirão do Bairro de Lourdes está há quase um ano e meio esperando ser reconstruído. A reclamação é antiga e já mobilizou os feirantes da região em diversas situações para cobrar, mas nada aconteceu. O representante legislativo da região passou este tempo todo calado. Mas, assim faz todo aquele que é “o último a saber”, Domingos resolveu por a boca no trombone. Ou na tribuna (acompanhe aqui). Afirmou que iria chamar às falas o prefeito e o novo secretário para por um fim ao problema. Domingos disse como quem exige toda a pressa atrasada, represada em mais em 16 meses de silêncio, desde dezembro de 2016, quando as fortes chuvas levaram a estrutura do feirão.
Por fim, chegou a vez de João da Luz. O representante do PHS é um parlamentar mais discreto quando o assunto é promover a defesa do Executivo e do prefeito, e nisto se diferencia dos dois primeiros. Mesmo assim, o parlamentar foi à tribuna fazer uma cobrança na área da Saúde. Segundo ele, está havendo um atraso no repasse da verba para a Santa Casa de Misericórdia. Com isto, “670 funcionários estão passando por dificuldades”. Saiba mais clicando aqui.
O fim do silêncio dos vereadores pode ser qualquer coisa já citada acima ou algo ainda além. Mas, uma coisa é certa: na política, não existe coincidência ou gesto feito a esmo.